
os dedos gastos
a caneta, lápis, papel
ou até não
recitar para o vento
que não escuta e aprecia
silencioso
o que move
o que não move
o que envolve
estou passando
a longos suspiros
a longo riso
a longas lágrimas
ainda há aperto
até que venha o fim
ainda há esperança
é o que não deixa
pensamentos bobos
pensamento atroz
pensamentos delicados
pensamento penoso
é o que me constrói
as várias e várias e várias
ramificações nas estradas
tantas estradas
e ramificações
tenho um desejo
de ser múltiplas faces
de ter múltiplos motivos
de realizar múltiplos sonhos
por agora crer neles
meus passos fazem din-don-don
porque tento passos de dança
e não consigo,
várias coisas não consigo
várias coisas que sou capaz
e nem percebo
desculpe minha hesitação
magoa magoa magoa
mais a mim, quem sente
os meus suspiros de medo
de vontade
de ser mais
crendo num futuro
sem poder vê-lo
eu creio acanhada,
pois há vários ramos de estrada
sou jovem,
sou velha
sou nada,
escolhi um ramo,
e sigo.
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