Entre o nada e o tudo

Essa brisa que passa É estranhamente feliz Ela não veio com o raiar do dia? Só percebi isso agora Mas ela não aparece do nada Até mesmo a brisa vai se formando aos poucos Em algum lugar. E depois segue em frente Até que eu a sinta                                               Próxima, bem próxima a mim.

Sentada e paralisada A fitar estrelas Que também não deixam o lugar que estão Até explodir em poeira e calor Juntando-se a exuberância do universo Continuando nele Na forma dessa massa luminosa Que marca as galáxias. Eu não entendo de estrelas Nem entendo de nada Só estou aqui agora Paralisada e sentada A fitar estrelas Que guardam sonhos e esperanças...

Despencamento Pulei de um avião em movimento Sem para-quedas, Sem para-nada Pulei, E só ouço o zunido do vento Por que estou sorrindo? Será meu instinto? Ou a morte me é bem vinda? Pelo amor, É apenas um sonho.