Entre o nada e o tudo

que a escuridão da noite  traga paz. o que não tinha visto foi a luz da estrela que agora brilha (sempre brilhou, oras) nunca a tinha visto, pois nunca parei para olhar, e é assim que perdemos as coisas mais importantes de nossas vidas.

o jardim do vizinho é sempre mais verde... passa-se o tempo e continuamos a olhar o jardim verde do vizinho desejando-o para nós, paralisados perguntando, lamentando "por que o meu não é assim?" "quanto tempo já passou e o jardim do vizinho continua mais verde que o meu jardim murcho e vazio." quanto tempo já se passou em que continuamos parados apenas reclamando ao invés de regar e cuidar do nosso próprio jardim, ao invés de plantar e olhar por nossas próprias flores... não é por acaso que o jardim esteja vazio e sem verdura, não é por acaso.

suas mãos foram feitas para alcançar outras mãos, sua voz existe para alcançar este outro ser, para que essa canção seja realçada e seja ouvida por todos os seres da terra mostrando a verdade por detrás da farsa.

o que fiz e não fiz para acabar aqui? -ainda não acabou- quero sentir o calor que não sinto. meu querer é estranho? é demais? não importa se sim, eu quero ser capaz de sorrir apenas por lembrar que eu existo e em meu pensamento eu não precise de um amanhã.

cantando com voz cansada minhas pegadas não deixam marcas sou covarde e fraca                     sou humana encontro forças onde nunca imaginaria              porque sou humana,   os fios, a meada eu perco              e me encontro, as pegadas, sem marcas, deixam rastros                        invisíveis ficam no vento que me leva e traz                         pois ele sabe o vento como eu tem várias faces ele é guiado pela consequência ele é guiado por sua essência de mudar os ares (mudar mudar mudar) ele é quem leva minha canção ao longe quem faz com que eu me sinta perto e que ouçam.